SOBRE TRÍADE

TRÍADE (São Paulo/BR) desenvolve pesquisa em dança, performance, instalação e intervenção urbana. Atuando desde 2008, já foi reconhecido por importantes prêmios e fomentos do país: Fomento à Dança para a Cidade de São Paulo (33ª, 17ª e 10ª edições), Prêmio Funarte Klauss Vianna, ProAC de Pesquisa em Artes Cênica, ProAC de Formação e Difusão Cultural e Edital de Ocupação da Caixa Cultural. Como grupo convidado, participou de festivais e residências nacionais e internacionais: La Factorine, em Nancy (França) em 2018; Semanas de Dança do CCSP; VII, X e XI edições da Bienal Sesc de Dança (2013, 2017 e 2019); 7ª edição do projeto performáticos_inquietos_radicais (Sesc Belenzinho, São Paulo); Circuito Cultural Paulista 2014 (São Paulo/BR) e 6ª edição do evento “Modos de Existir” (Sesc Santo Amaro, São Paulo). Integra o acervo virtual do Museu da Dança, na exposição “A Dança no Espaço Urbano” (2015). Em 2023, criou e realizou o I FÓRUM CORPOS EM DESACELERAÇÃO, com pesquisadores e artistes convidades a expandir trocas e dançar as inquietações acerca das danças e o desacelerar dos/nos corpos .

Nossas criações articulam a produção artística a um contexto específico – entendido como processo histórico e espaço social. Desenvolvemos dispositivos performáticos, jogos coreográficos e outras estratégias de dança expandida (publicações, colóquios, laboratórios, entre outras) que abordam e discutem as forças em tensão na cidade e/ou na sociedade. Criamos uma grande variedade de trabalhos, organizados em cinco eixos, dos quais três conceituais – ARTE.VALOR.TRABALHO; CORPO.CIDADE e CORPOS EM DESACELERAÇÃO – e dois, de ferramentas – DISPOSITIVOS COREOGRÁFICOS e LABORATÓRIOS, DIÁLOGOS E PUBLICAÇÕES.

ARTE.VALOR.TRABALHO é o eixo de pesquisa mais antigo do grupo, de onde emerge seu nome. Em 2008, TRÍADE nasceu com o projeto BICHOS DA SEDA DESLOCADOS?, uma análise contextual do cenário da dança paulista e a realidade de trabalho (e sobrevivência) des artistes. Nossa hipótese era que o contexto de produção – por exemplo, as condições de dedicação à pesquisa – implicaria na forma artística. Naquele momento a tríade conceitual que nomeia o grupo poderia ser resumida como ARTE.INSTITUIÇÃO.TRABALHO. Em 2017, deslocamos a pesquisa para a tríade atual: ARTE.VALOR.TRABALHO, cujos temas centrais são o valor da arte, a arte como trabalho e o artista como trabalhador. Integram esta série as performances CASA DA MOEDA (2019), LEILÃO (2019), PROMOÇÃO (2018), CACHÊ (2017) e CRISE (2017).

CORPO.CIDADE discute a construção, ocupação e modo-de-vida na cidade como coreografias ordinárias. Como ocupamos a cidade? Este eixo de pesquisa nasceu do projeto JARDINS|corpos em diálogo com arte instalada na rua (2010), cuja resultante foi a primeira edição do TRÍADE TOUR São Bento (2011), um passeio coreográfico interativo, áudio-guiado e inspirado em excursões turísticas guiadas. Depois da primeira edição, TRÍADE TOUR amadureceu e ganhou outras versões: TRÍADE TOUR Ouvirundum (2013), TRÍADE TOUR Santos (2013) e TRÍADE TOUR Vila Buarque (2018). Posteriormente, a pesquisa deste eixo se desdobraria no laboratório de criação de intervenções urbanas TRÍADE Móbile (2013) e na performance Série Cartocoreográfica (2014).

Em 2023, inauguramos um novo eixo de pesquisa: CORPOS EM DESACELERAÇÃO, para investigar os envelheceres, a passagem do tempo e a desaceleração dos/nos corpos, especialmente na dança. Que espaço tem – e mais importante – que espaço quer ter este corpo que desacelera? Integram este eixo o LABORATÓRIO | TIQUETAQUE; o TRÍPTICO| TIQUETAQUE; o FÓRUM Corpos em Desaceleração e a RESIDÊNCIA Grupa Corpos em Desaceleração.

Em termos de linguagem, nosso trabalho divide-se em dois eixos de ação: DISPOSITIVOS COREOGRÁFICOS são estratégias de tradução dos eixos conceituais em dança. Desdobram-se em instalações, intervenções urbanas, jogos e performances. Já LABORATÓRIOS, DIÁLOGOS E PUBLICAÇÕES são estratégias de dança expandida para aproximações alternativas dos temas/conceitos.

Merece destaque a série de JOGOS COREOGRÁFICOS desenvolvida desde 2017. São dispositivos plástico-coreográficos-reflexivos destinados à participação de pessoas de todas as idades. Expande-se a ideia de coreografia para a relação do corpo-participante com as reflexões expostas em tabuleiros-coreográficos de grandes dimensões. Instalados em espaços públicos – como a área de convivência de centros culturais, praças ou quadras esportivas – essas instalações-tabuleiro são, concomitantemente, o espaço físico do jogo e um espaço social para a discussão ou reflexão acerca de uma questão específica. Alguns dos temas de nossas produções recentes são: o mundo do trabalho, gênero, privilégios, regras e disciplinas e envelheceres. Integram essa série: LABOUR (2017), LABUTA (2017), apartequetecabe (2017), “X” (2019) , Bichos de Clarice (2019), QUEM SEGUE AS SETAS? (2019) e TIQUETAQUE (2022).

Por último, destacam-se duas investigações teórico-práticas conduzidas pelo grupo que culminaram em publicações. Em comum, ambas baseiam-se em uma compreensão liminar da dança e propunham-se realizar análises contextuais do setor. Em 2008, o projeto BICHOS DA SEDA DESLOCADOS?, acima mencionado. Já em 2015, em parceria com o Coletivo Cartográfico, realizamos o projeto LIMINARIDADE | 5 MOVIMENTOS, que culminou na publicação LIMINARIDADES, organizada em cinco eixos: 1. publicação, acervo e registro; 2. cidade, deriva e cartografia; 3. des_fronteiras entre as artes; 4. arte-ativismo; 5. corpo como construção performativa. acervo e registro; 2. cidade, deriva e cartografia; 3. des_fronteiras entre as artes; 4. arte-ativismo; 5. corpo como construção performativa.

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